"CISCO OU TRAVE"? Lucas 6.37-42

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Grande ideia: Temos de ser críticos em nosso olhar para nós mesmos, e generosos no olhar para os outros.
Estrutura: limpando o coração (vv. 37-38), seja humilde para aprender (vv. 39-40) e ordene suas prioridades: primeiro a sua “trave”, depois o “cisco” do seu irmão (vv. 41-42).
381 - AMOR FRATERNAL
Jesus pastor amado, contempla-nos aqui. Concede que sejamos, um corpo só em Ti. Contendas e malícias, que longe de nós vão Nenhum desgosto impeça a nossa comunhão! Pois sendo resgatados por um só Salvador, Devemos ser unidos por um mais forte amor; Olhar com simpatia os erros de um irmão E todos ajudá-lo com branda compaixão. Jesus suave e meigo ensina nos a amar E como Tu sejamos, também no perdoar! Ah quanto carecemos de auxílio do Senhor, Unidos, supliquemos, a Deus por esse amor. Se tua igreja toda andar em santa união; Então será bendito o nome de cristão. Assim o pediste, em nós se cumprirá, E todo o mundo inteiro a Ti conhecerá. Sarah P. Kalley (1825-1907) George J.Webb (1803-1887)
01. Limpe o seu coração. (vv. 37-38)
(a) A linha do texto é definida: dois imperativo no negativo (“não julgueis”, “não condeneis”) e um no positivo (“perdoai”).
https://coalizaopeloevangelho.org/article/nao-julgueis-nao-e-o-argumento-definitivo/
Donny Mathis
Em Mateus 7.2, Jesus explica que “julgar” é bastante parecido com medir (Marcos 4.24-25; Lucas 6.37-42). Na verdade, nossa cultura ainda faz essa comparação, retratando a justiça com uma balança nas mãos. Com paralelismo poético, Jesus diz a seus ouvintes para julgarem com uma balança justa, ao invés das injustas que eles vivenciam regularmente. Para julgarem com integridade e empatia, não com hipocrisia.
(b) O julgamento que o texto sugere é uma avaliação sem base segura. Trata-se de uma suspeita preconceituosa.
1Coríntios 4.3–5 (NAA)
3Mas a mim pouco importa ser julgado por vocês ou por um tribunal humano; nem eu julgo a mim mesmo.
4Porque a consciência não me acusa de nada. Mas nem por isso me dou por justificado, pois quem me julga é o Senhor.
5Portanto, não julguem nada antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações. E então cada um receberá o seu louvor da parte de Deus.
κρινω: Nossa palavra "criticar" se deriva do termo grego. Literalmente, significa “separar, distinguir, discriminar”; mas aqui significa “crítica injusta, censura prejudicial”. Tal ação é própria dos hipócritas, a quem falta uma boa visão espiritual.
Pentecost:
Quando o Senhor disse "Não julgueis", tratava ele mais dos motivos do que das ações. As ações são claras e evidentes quando examinadas à luz dos padrões da Palavra de Deus. Mas os homens não podem discernir os motivos, nem penetrar a mente e o coração para conhecer o pensamento alheio. Essa é uma área em que só Deus pode penetrar, e à qual só Deus tem o direito de julgar.
Lucas, Volumes 1 e 2 A. 6.27–38 A Luz de Amor que Ele Recomenda

O que, pois, Jesus tinha em mente? Ele tinha em mente (veja vs. 41, 42) que é errôneo concentrar alguém sua atenção no cisco que está no olho de seu irmão, enquanto não considera a viga que está em seu próprio olho. O Senhor, aqui, está condenando o espírito de crítica condenatória, o juízo precipitado, aparentando justiça própria, sem misericórdia, sem amor, como também o indica claramente o contexto (vs. 35, 36).

(c) John Stott: o discípulo de Jesus é um "crítico" no sentido de usar o seu poder de discernimento, mas não um "juiz" no sentido de censurar.
Ray Pritchard:
A critiquice é uma doença mortal, pois, se não contida, nos transforma em cínicos que sempre esperam o pior dos outros. O critiqueiro espera o fracasso e se alegra secretamente quando o encontra. É de admirar que quase sempre espalhe fofocas e boatos? Quando encontra uma falha nos outros, mal pode esperar para espalhar a notícia. Pessoas assim são abutres espirituais. Como os abutres nos céus, vivem de carne morta e putrefata, refestelando-se nos erros e pecados dos outros. Voam de lá para cá, buscando atentamente as faltas de outros e, então, mergulham e se regalam na desgraça alheia.
(d) A condenação tem a ver com com o fato de você expor um veredicto sem antes conhecer a pessoa/situação.
Os judeus estabeleciam que havia seis grandes obras que davam crédito a uma pessoa neste mundo: o estudo, a visita aos enfermos, a hospitalidade, a prática da oração, a educação dos filhos na Lei, e o pensar sempre o melhor do outro. Eles sabiam que a benevolência no juízo é um gesto sumamente simpático e nada menos do que um dever sagrado.
(e) Vamos definir perdão:
Ray Pritchard:
O perdão é fundamentalmente uma decisão interior de recusar-se a viver no passado. É uma escolha consciente de libertar os outros dos pecados cometidos contra você para que você possa ser liberto. Não nega a dor nem muda o passado, mas rompe o ciclo de amargura que o prende às feridas de outrora. O perdão lhe permite deixar o passado para trás e avançar para o futuro.
C. S. Lewis: “Todos consideram o perdão uma ideia muito bonita até precisarem perdoar alguém”.
Mateus 18.21–22 (NAA)
21Então Pedro, aproximando-se, perguntou a Jesus: — Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
22Jesus respondeu: — Não digo a você que perdoe até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
(f) A doação generosa é a que confere uma recompensa igualmente generosa.
A MENSAGEM:
Lucas 6.37-38: Não bombardeiem de críticas as pessoas quando elas cometem um erro, a menos que queiram receber o mesmo tratamento. Não pisem nos que estão por baixo: a situação pode se inverter. Tratem todos com bondade, e a vida será muito melhor. Entreguem a vida! Vocês a receberão de volta, e não só isso: o retorno será cheio de recompensa e de bênçãos. Dar é o caminho, não ganhar. Generosidade produz generosidade.
2Coríntios 9.6 (NAA)
6E isto afirmo: aquele que semeia pouco também colherá pouco; e o que semeia com fartura também colherá com fartura.
02. Seja humilde. (vv. 39-40)
(a) Jesus conta uma parábola: imagine comigo, um cego guiando outro cego. Ambos cairão no barranco!
Mateus 15.14 (NAA)
14Esqueçam os fariseus; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão num buraco.
Isaías 9.16 (NAA)
16Porque os guias deste povo são enganadores, e os que por eles são guiados são destruídos.
Isaías 56.10 (NAA)
10Os atalaias de Israel são cegos, nada sabem. Todos são cães mudos, não podem latir. São sonhadores preguiçosos, gostam de dormir.
(b) O alvo de todo discípulo é ser igual ao seu mestre. Jamais superior a ele.
João 13.16 (NAA)
16Em verdade, em verdade lhes digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.
João 15.20 (NAA)
20Lembrem-se da palavra que eu disse a vocês: “O servo não é maior do que seu senhor.” Se perseguiram a mim, também perseguirão vocês; se guardaram a minha palavra, também guardarão a de vocês.
(c) Entendendo melhor essa porção:

Jesus às vezes usava a mesma figura ou uma semelhante, porém com uma aplicação diferente. O tratamento que um mestre e seus discípulos podem esperar é realçado em Mateus 10.24, 25; uma preparação completa sob a direção de seu Mestre cuja imagem eles refletirão é a questão em Lucas 6.40. Em Lucas 22.27 e João 13.16, a ênfase é sobre a humildade.

Mateus 10.24–25 (NAA)
24— O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo está acima do seu senhor.
25Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo ser como o seu senhor. Se chamaram o dono da casa de Belzebu, quanto mais os membros da sua casa!
Lucas 6.40 (NAA)
40— O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem-instruído será como o seu mestre.
Lucas 22.27 (NAA)
27Pois qual é maior: aquele que está à mesa ou aquele que serve? Não é verdade que é aquele que está à mesa? Pois, no meio de vocês, eu sou como quem serve.
João 13.16 (NAA)
16Em verdade, em verdade lhes digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.
(d) Agora, o desejo de aprender deve vir acompanhado de discernimento, para evitarmos “guias cegos”:
Não importa quão incorreto seja o ensino recebido, a pessoa que, motivada por indolência, superstição e falsa humildade, recusa-se a desconfiar do ensino do pregador sob cuja influência está, finalmente compartilhará da mesma recompensa de seu mestre. Se as pessoas confiam em guias cegos, não devem ficar surpresas se forem conduzidas ao inferno.
Ryle, J. C.. Meditações no Evangelho de Lucas (Meditações nos Evangelhos) (p. 136). Editora Fiel. Edição do Kindle.
03. Ordene suas prioridades. (vv. 41-42)
(a) Agora temos o coração do texto: cisco ou trave?
O “argueiro- cisco” no olho do nosso irmão indica um pecado que está implantado na sensibilidade da alma humana. A “trave” no nosso é a nossa auto-suficiência que nos cega de nossos próprios erros.
(b) Vamos aprender um pouco mais, neste texto:
- Incomoda-nos no outro aquilo que vemos e não gostamos em nós.
Pentecost:
- Criticamos os outros por nossas próprias fraquezas e vemos neles, com muita rapidez, o que o Espírito de Deus condena em nós.
John Stott:
Temos uma tendência fatal de exagerar as faltas dos outros e diminuir a gravidade das nossas. Achamos impossível, quando nos comparamos com os outros, permanecer estritamente objetivos e imparciais. Pelo contrário, temos uma visão rósea de nós mesmos e uma deformada dos outros.
(c) Repetindo o conceito: não se trata de ignorar o “cisco” no olho do irmão, mas primeiro tirar a “trave” do seu próprio olho.
Martin Lloyd Jones:
O indivíduo que se torna culpado de julgar aos outros, no sentido em que nosso Senhor usa aqui o vocábulo, é o indivíduo hiper-crítico. E isso significa que ele se deleita na crítica por seus próprios méritos e se alegra.
(d) Hipócrita:
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 5273 υποκριτης hupokrites

5273 υποκριτης hupokrites

de 5271; TDNT - 8:559,1235; n m

1) alguém que responde, intérprete

2) ator, artista de teatro

3) dissimulador, impostor, hipócrita

(e) Não há um desestimulo aqui ao mútuo cuidado, de observar o que está havendo com o nosso irmão, mas antes disso, a ênfase de Jesus é essa: primeiro faça o auto exame.
Lucas, Volumes 1 e 2 B. 6.39–45 As Trevas do Pecado que Ele Condena

Quando pela graça soberana a viga for removida, o ex-descobridor de faltas estará em condições de ver com suficiente clareza para tirar o cisco do olho de seu irmão ou seja, poderá “restaurar tal pessoa com o espírito de mansidão”, e, examinando-se à luz, por exemplo, de 1Coríntios 13, se cuidará para que também não seja tentado (Gl 6.1).

À luz da última frase, na qual se faz menção de tirar o cisco do olho do irmão, é evidente que não era o propósito de Cristo desestimular a disciplina mútua. Ao contrário disso, tanto a autodisciplina como a disciplina mútua são estimuladas nesse dito.

Gálatas 6.1 (NAA)
1Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vocês, que são espirituais, restaurem essa pessoa com espírito de brandura. E que cada um tenha cuidado para que não seja também tentado.
04. Outras aplicações:
(a) Quem gosta de julgar o outro (em suas ações e motivações) deve se atentar para o fato de que ele mesmo está sendo alvo de julgamento por alguém que é Perfeito, o próprio Deus.
Tiago 4.11–12 (NAA)
11Irmãos, não falem mal uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga o seu irmão fala mal da lei e julga a lei; ora, se você julga a lei, não é observador da lei, mas juiz.
12Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer. Mas quem é você para julgar o seu próximo?
Pentecost:
Deixamos de perceber que Deus não tem dois padrões, um para nós e outro para os demais. Contudo, o mesmo padrão que usamos para criticar aos outros é o padrão que Deus usa para nos medir; o metro com o qual medimos nosso irmão em Cristo é a medida que Deus nos aplica.
Provérbios 11.12 (NAA)
12Quem fala mal do seu próximo não tem juízo; o homem prudente se cala.
(b) Jesus nos ensina a primeiro olhamos para o nosso próprio coração, antes de postarmos (ou “curtirmos” algo sobre o coração dos outros).
Joel Beeke:
O problema, em todos os lugares no mundo, hoje, é que a evangelização freqüentemente começa num lugar errado. “quando olhamos atrás para a história da Igreja, e também na história bíblica, observando as épocas de avivamento verdadeiro, não produzido pelo homem, qual era o elemento evidente naquela época que hoje está claramente ausente? Respondemos sem hesitação que é a ausência de profunda convicção de pecado. Este é um grande problema nos nossos dias.
Salmo 139.23–24 (NAA)
23Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos;
24vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.
https://coalizaopeloevangelho.org/article/nao-julgueis-nao-e-o-argumento-definitivo/
Donny Mathis
No final de contas, Jesus é o advogado do qual necessitamos e pelo qual ansiamos. Ele é justo e o justificador daqueles que nele creem (Ro 3.26). Ele não desvia seus olhos do pecado; ao invés disso, ele o enxerga — e então toma sobre si o julgamento que merecemos, para que possamos permanecer de pé justificados e viver sob suas regras sábias.
Ilustr.: Ray Pritchard, “O poder terapêutico do perdão”, Ed. Mundo Cristão.
Ele era chamado de “Papai King”. Quando o velho Martin Luther King morreu, em 1984, foi elogiado como pai dos direitos civis nos Estados Unidos. Um lider negro afirmou: “Se tivéssemos começado nosso próprio país, ele teria sido George Washington”.
Em seus 84 anos de vida, King suportou sofrimento e ódio enormes. Durante a infância, no estado de Géorgia, testemunhou linchamentos promovidos por racistas. Da primeira vez que tentou tirar o título de eleitor para votar na cidade de Atlanta, descobriu que o cartório ficava no segundo andar da prefeitura, mas o acesso às escadas estava fechado, o elevador só para negros estava parado e o único em funcionamento tinha uma placa que dizia: “exclusivo para brancos”.
King é lembrado principalmente pelos feitos do filho mais velho, Martin Luther King Jr., líder do movimento pacífico de direitos civis, assassinado em 1968. Um ano depois, o segundo filho de King morreu afogado numa piscina. O golpe final veio em 1974, durante um culto. Enquanto a esposa de King tocava o hino “Pai- Nosso”, um jovem se levantou no meio da congregação e começou a atirar. A senhora King caiu em meio a uma saraivada de tiros, enquanto King olhava horrorizado do púlpito.
Perto do final da vida, ao refletir sobre a perda da esposa e do filho mais velho, ele falou da política de não-violência que defendia.
Há dois homens que eu deveria odiar. Um deles é branco, o outro é negro, e os dois estão cumprindo pena por homicídio. Não odeio nenhum dos dois. Não há tempo para isso; e também não há razão. Nada pode rebaixar tanto um homem quanto ele se permitir decair a ponto de odiar alguém.
Mateus 6.14–15 (NAA)
14— Porque, se perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês, que está no céu, perdoará vocês;
15se, porém, não perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês não perdoará as ofensas de vocês.
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